Desde a abertura comercial nos anos 1970, a China tem se consolidado como uma potência econômica global, impulsionada pelas reformas de Deng Xiaoping. Na mesma época, o Brasil, sob a presidência de Ernesto Geisel, reabriu canais diplomáticos com o país asiático, marcando o início de uma relação que se tornaria uma das maiores alianças comerciais do mundo. Em 2009, o comércio bilateral superou o dos Estados Unidos, refletindo a importância crescente dessa parceria.
A relação entre Brasil e China evoluiu nas décadas seguintes, culminando na assinatura do tratado China-Brazil Earth Resources Satellite (CBERS) nas décadas de 1980 e 1990, que estabeleceu metas para o lançamento de satélites e fomentou novas colaborações. Segundo Diego Magalhães, professor de Relações Internacionais da UFG, essa cooperação Sul-Sul demonstrou o potencial de países em desenvolvimento para formar alianças estratégicas, mesmo diante de desafios socioeconômicos.
Atualmente, a relação comercial entre os dois países movimenta mais de USD$ 90 bilhões em exportações e USD$ 63 bilhões em importações, conforme dados do Comex Stat. Um novo capítulo dessa parceria se desenrola com a entrada de multinacionais chinesas no mercado brasileiro, incluindo a possível aquisição da Eletronuclear, responsável pelas usinas nucleares em Angra dos Reis. A disputa entre empresas chinesas e americanas por ativos da Eletrobrás destaca a crescente influência chinesa no setor energético brasileiro, gerando debates legais sobre a venda de participações da estatal nuclear.