O governo da China anunciou neste sábado (26) a criação de uma nova organização internacional dedicada à cooperação no desenvolvimento da inteligência artificial (IA), priorizando a colaboração com países do Sul Global, incluindo o Brasil. A proposta foi apresentada durante a Conferência Mundial de Inteligência Artificial, realizada em Xangai.
O anúncio ocorre em um contexto de crescente rivalidade entre a China e os Estados Unidos pelo domínio na área de IA generativa, o que tem implicações econômicas e estratégicas em nível global. Na última quarta-feira (23), o governo dos EUA, sob a administração de Donald Trump, divulgou um pacote de medidas para reforçar sua liderança no setor, com foco em inovação e infraestrutura.
Durante o evento, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, destacou a fragmentação da governança global da IA e a necessidade de uma coordenação internacional mais eficaz. Ele alertou que a concentração de recursos em poucos países pode transformar a IA em um monopólio tecnológico, ressaltando a urgência de um consenso global que equilibre inovação e segurança.
Nos últimos anos, a China tem avançado na corrida pela liderança em IA, investindo aproximadamente US$ 100 bilhões na indústria de semicondutores desde 2014 e anunciando um novo aporte de US$ 8,5 bilhões em startups de IA em abril, conforme reportado pelo The New York Times.