A China emitiu um alerta nesta terça-feira (8) sobre possíveis retaliações às cadeias de oferta de países que firmarem acordos comerciais com os Estados Unidos, em meio ao aumento das tensões comerciais provocadas pelo presidente Donald Trump. A declaração surge após a notificação de Trump a parceiros comerciais sobre a implementação de tarifas mais altas a partir de 1º de agosto, após um período de adiamentos para facilitar negociações.
Desde junho, Washington e Pequim haviam estabelecido uma estrutura comercial que trouxe uma trégua temporária, mas a falta de detalhes sobre a continuidade desse acordo deixou operadores e investidores em expectativa. A China, que já havia imposto tarifas superiores a 100%, tem até 12 de agosto para negociar com a Casa Branca e evitar a reimposição de restrições adicionais que foram adotadas anteriormente.
O jornal estatal People’s Daily, em um editorial assinado por “Zhong Sheng”, enfatizou que o diálogo e a cooperação são essenciais para a resolução das tensões. O artigo criticou as tarifas de Trump como uma forma de “intimidação” e defendeu que a proteção dos interesses legítimos da China só pode ser alcançada por meio de uma postura firme. Atualmente, a tarifa média dos EUA sobre as exportações chinesas é de 51,1%, enquanto a taxa média da China sobre produtos dos EUA é de 32,6%, conforme dados do Instituto Peterson para Economia Internacional.