Manaus enfrenta uma cheia atípica em 2025, com o nível do Rio Negro alcançando 29,04 metros na última sexta-feira (4), segundo dados do Porto da capital. Este fenômeno, que ocorre em um período em que normalmente se espera a queda das águas, é resultado de intensas chuvas na região e do represamento natural causado pelo Rio Solimões. Apesar da elevação, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) estima que o rio não deve ultrapassar a marca histórica de 30,02 metros, registrada em 2021.
Além de Manaus, cidades como Itacoatiara e Manacapuru também registram aumento nos níveis dos rios, afetando 40 dos 62 municípios do estado, com mais de 530 mil pessoas impactadas. Dados da Defesa Civil mostram que a cota atual em Fonte Boa é de 21,57 metros, enquanto em Manacapuru é de 19,75 metros. Em Itacoatiara, o nível chega a 14,42 metros, e em Parintins, a 8,42 metros.
A pesquisadora Jussara Cury, do SGB, explica que a cheia prolongada é resultado do acúmulo de chuvas na parte norte da bacia amazônica, que, somado ao represamento do Rio Solimões, impede o escoamento do Rio Negro. Embora as chuvas em julho sejam consideradas atípicas, elas estavam previstas e são influenciadas por condições oceânicas que trazem umidade para a região. O cenário atual reflete uma instabilidade nos níveis dos rios, dificultando o início da vazante e gerando preocupação nas comunidades afetadas.