A cheia do Rio Negro em Manaus, que atingiu 29,04 metros nesta sexta-feira (5), afeta diretamente a rotina de moradores de bairros como Educandos, onde alagamentos e acúmulo de lixo se tornaram comuns. Com a elevação das águas, muitas famílias enfrentam dificuldades, como o ajudante de caminhão Jonas da Silva, que improvisa pontes de madeira para se locomover dentro de casa. "Já levantei o piso duas vezes, mas a água continua subindo. Não temos para onde ir", desabafou.
A situação é crítica, com imagens aéreas mostrando que o muro de contenção do porto está quase submerso. A Defesa Civil estima que mais de 530 mil pessoas foram afetadas pela cheia em todo o estado. Em resposta, a Prefeitura de Manaus intensificou ações emergenciais, construindo mais de 800 metros de pontes provisórias e planejando a distribuição de cestas básicas e kits de higiene na próxima semana.
Além dos problemas de mobilidade, o lixo se espalha pelas ruas alagadas, dificultando a coleta e aumentando o descarte irregular. Entre janeiro e maio, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana recolheu 2.559 toneladas de resíduos. A situação é alarmante, com 40 cidades em Situação de Emergência e 18 em Alerta, conforme o último boletim do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais.