A Controladoria Geral da União (CGU) está conduzindo uma investigação sobre associações que utilizaram documentação falsa para comprovar autorizações de aposentados em processos de ressarcimento por descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A denúncia foi confirmada pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, em entrevista à rádio CBN na última quinta-feira, 24 de julho de 2025.
A investigação revelou a existência de assinaturas forjadas e áudios editados nos documentos apresentados por essas associações. Técnicos da CGU classificaram a situação como uma "fraude da fraude", uma vez que as falsificações ocorreram após a descoberta do esquema inicial de descontos indevidos. De acordo com as apurações, documentos falsificados foram anexados ao aplicativo Meu INSS para contestar pedidos de ressarcimento, e em pelo menos dois casos, áudios foram apresentados como prova de autorização por parte dos beneficiários, que negaram ter consentido com os descontos.
O INSS não aceitou esses áudios como comprovantes válidos, reiterando que a comprovação exige a apresentação conjunta de documento de identidade com foto, termo de filiação e termo de autorização de desconto. As associações investigadas estão ligadas ao empresário Maurício Camisotti, que é alvo de investigação pela Polícia Federal por suspeita de fraudar mais de R$ 40 milhões em descontos irregulares e de pagar propina a diretores do INSS.
O INSS informou que, quando as informações fornecidas pelas entidades não são confirmadas, o processo é encaminhado para auditoria interna, e a entidade é notificada para devolver os valores. Caso a devolução não ocorra, o beneficiário será orientado sobre as medidas judiciais cabíveis. Até o momento, o INSS não divulgou quais entidades estão sob suspeita nem quantos casos estão sendo investigados.