Um estudo recente analisa as interconexões entre as obras de Miguel de Cervantes e Carlos Drummond de Andrade, revelando como esses dois autores, separados por mais de 500 anos, dialogam através da literatura. A pesquisa, que utiliza uma abordagem comparativa, destaca a relevância de suas obras no contexto histórico e cultural, evidenciando a evolução estética e linguística ao longo do tempo.
Cervantes, com seu clássico "Dom Quixote", publicado em 1605, e Drummond, com "As Impurezas do Branco", de 1973, são apresentados como referências revolucionárias em suas respectivas épocas. O estudo enfatiza que a literatura não é um fenômeno isolado, mas sim um reflexo das dinâmicas sociais, políticas e artísticas que moldam a cultura. A análise crítica, apoiada por teóricos como Michel Foucault, busca entender como esses autores reinterpretam a realidade e a linguagem, desafiando normas estabelecidas.
A pesquisa também explora a fragmentação temporal e a desconstrução da ordem sintática nas obras, propondo um novo olhar sobre a narrativa e a poesia. A intertextualidade entre Cervantes e Drummond sugere que, apesar das diferenças de estilo e época, ambos os escritores oferecem uma visão universal sobre a condição humana, convidando os leitores a reinterpretar suas obras e a refletir sobre a linguagem como um espaço de criação e recriação.