Um estudo recente realizado pelo Mynavi Career Research Lab revelou que aproximadamente 45% dos trabalhadores japoneses estão adotando a prática conhecida como 'quiet quitting', ou demissão silenciosa. Essa tendência, que se espalhou pelo Japão, reflete uma mudança significativa na cultura de trabalho do país, tradicionalmente associado ao esforço intenso e à lealdade inabalável ao empregador.
A pesquisa, que entrevistou 3 mil profissionais com idades entre 20 e 59 anos, indica que a maioria dos jovens, especialmente aqueles na faixa dos 20 anos, está optando por realizar apenas o mínimo necessário em seus empregos. Muitos afirmam que preferem dedicar seu tempo a atividades pessoais, como socializar, viajar ou se dedicar a hobbies, em vez de buscar promoções ou se esforçar além do esperado.
Especialistas apontam que essa mudança de atitude é resultado de uma nova geração que testemunhou seus pais sacrificarem suas vidas em prol do trabalho, muitas vezes sem reconhecimento ou recompensas adequadas. A professora Sumie Kawakami, da Universidade Yamanashi Gakuin, destaca que os jovens perceberam que o modelo tradicional de dedicação extrema não é mais viável, especialmente em um cenário onde as empresas buscam cortar custos e os salários não são tão atrativos quanto antes.