O Censo de 2022, realizado pelo IBGE, revelou que quase 6% da população brasileira, equivalente a cerca de 12 milhões de pessoas, reside em unidades de conservação ambiental. O Brasil conta com 2.365 dessas áreas regulamentadas, das quais quase metade abriga comunidades, incluindo populações tradicionais como indígenas e quilombolas.
Um exemplo é a comunidade quilombola em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde 17 famílias vivem em uma área que antes era uma fazenda. José Renato Gomes da Costa, líder comunitário, destaca a importância da preservação da cultura afro-brasileira e da natureza nesse espaço, que foi herdado por seus avós na década de 1920.
O levantamento do IBGE também apontou que 78% dos domicílios nas unidades de conservação estão localizados em áreas urbanas, como parques e florestas dentro das cidades. No entanto, as condições de moradia são precárias, com quatro em cada dez habitantes sem acesso a banheiro, água encanada ou coleta de lixo.
Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, enfatizou a necessidade de políticas públicas que considerem a presença dessas populações nas unidades de conservação, ressaltando seu papel fundamental na construção de um futuro ambientalmente sustentável.