O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, enviou uma carta de solidariedade ao procurador-geral da República, Augusto Aras, após o governo Donald Trump suspender o visto americano de Aras e de outros oito ministros da Corte. Em sua mensagem, Mello condena as ações como um ataque à democracia brasileira, atribuindo-as a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos, que estariam colaborando com o governo Trump para intimidar o Ministério Público.
Embora não mencione nomes, a carta sugere que figuras como Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo estariam fornecendo informações ao governo americano sobre o STF. Mello ressalta que a medida de Trump demonstra ignorância ao não reconhecer a independência do Ministério Público e seu papel fundamental na defesa da Constituição.
Além de se dirigir a Aras, Mello também enviou uma mensagem aos ministros do STF afetados pela suspensão do visto, reiterando a importância de um Ministério Público independente em um contexto democrático. Ele alerta para a delicada situação das instituições brasileiras, enfatizando que a questão vai além de uma disputa econômica, configurando um ataque deliberado à democracia do país.
O ex-ministro conclui que é essencial identificar e responsabilizar os 'quislings' que, segundo ele, conspiram contra os interesses do Brasil, buscando submeter o país a potências estrangeiras. Mello afirma que esse comportamento traiçoeiro visa degradar a nação a uma condição de colônia, desrespeitando os valores e tradições brasileiras.