O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, manifestou apoio aos oito ministros da Corte que tiveram seus vistos americanos suspensos pelo governo Trump. Em uma carta enviada aos colegas nesta segunda-feira, 21, Mello classificou a ação como 'extremamente arbitrária' e uma tentativa de desestabilizar o sistema democrático brasileiro. Ele não mencionou diretamente os bolsonaristas, mas fez referências a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, insinuando que eles colaboram com a ofensiva americana contra o STF.
A medida, anunciada na sexta-feira, 19, pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rúbio, visa os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Edson Fachin e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, em resposta ao cerco judicial a Bolsonaro, que atualmente enfrenta restrições severas, incluindo monitoramento eletrônico.
Celso de Mello criticou a postura do ex-presidente americano, afirmando que Trump demonstra uma 'desmedida arrogância imperial' e carece das qualidades necessárias para um verdadeiro estadista. Ele enfatizou que a situação atual representa um grave ataque à democracia brasileira e às instituições, alertando para a necessidade de punições aos envolvidos na ação do governo dos EUA, que, segundo ele, é apoiada por extremistas e 'big techs'.