O Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) afirmou nesta quarta-feira que não prevê a interrupção do fornecimento de café brasileiro aos Estados Unidos, mesmo após a imposição de uma tarifa de 50% pelo governo Trump. Durante coletiva de imprensa, executivos do Cecafé destacaram que as negociações com autoridades e entidades do setor nos EUA estão em andamento e que existe um ambiente favorável para o diálogo, considerando a relevância das exportações brasileiras para o mercado americano.
Marcos Matos, CEO do Cecafé, comentou sobre os avanços nas discussões, ressaltando a importância da parceria com os EUA. Ele destacou que, apesar das incertezas, as conversas têm sido positivas e que o café brasileiro pode ajudar a fortalecer laços comerciais. Márcio Ferreira, presidente do conselho deliberativo do Cecafé, também enfatizou que o setor está otimista em relação ao café, que representa uma parte significativa da economia norte-americana.
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, fornece cerca de um terço do café consumido nos EUA. Apesar da nova tarifa, o Cecafé informou que os embarques de café continuam sem interrupções. Traders estão se apressando para enviar o máximo possível de café brasileiro antes da implementação da tarifa, programada para 1º de agosto, com algumas estratégias de desvio de navios em andamento.
Além disso, o Cecafé está explorando novos mercados, como a China, mas reconhece que a transição para outros compradores não é simples, dado o volume significativo de café que os EUA consomem. O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, ressaltou que a dependência do café brasileiro por parte dos consumidores americanos é alta, o que torna improvável uma perda de mercado, mesmo diante da tarifação.