O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) no Brasil alcançou quase 15% ao ano, atraindo investidores a concentrar seus recursos em ativos atrelados ao índice. No entanto, especialistas alertam que, em um horizonte de dez anos, o CDI acumulou apenas 38,8%, enquanto índices globais como o S&P 500 subiram 258% e o ouro valorizou 181%. Essa disparidade ressalta a importância da diversificação internacional para proteger e potencializar os portfólios de investimento.
Rodrigo Sgavioli, head de alocação do research da XP, destaca que a diversificação internacional não apenas oferece retornos superiores a longo prazo, mas também reduz a exposição ao risco político e econômico do Brasil, que se intensificou após o anúncio de tarifas de 50% por Donald Trump. Ele enfatiza que o dólar serve como um mecanismo de proteção contra a perda de poder de compra e que a correlação entre ativos brasileiros limita os benefícios da diversificação local.
Além disso, o mercado de capitais brasileiro representa apenas 1% a 2% do volume global, o que impede investidores de capturar oportunidades em empresas que moldarão o futuro do capitalismo digital. Lucas Sharau, economista da iHUB Investimentos, e João Piccioni, CIO da Empiricus Asset, reforçam a relevância das empresas de tecnologia dos EUA, mesmo em um cenário de valuations elevados, e apontam para um crescimento favorável na Europa como uma nova oportunidade de investimento.
No que diz respeito à renda fixa, os títulos públicos dos EUA, conhecidos como Treasuries, têm atraído atenção, especialmente em um cenário de inflação elevada e desafios fiscais. A equipe da XP acredita que o Federal Reserve não cortará os juros rapidamente, o que leva a gestora a preferir uma duration mais curta, em torno de quatro anos, para mitigar riscos associados ao endividamento público.