A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) reafirmou sua previsão de crescimento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor de construção em 2025, apesar das dificuldades econômicas, como juros altos e incertezas fiscais. A economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, destacou que o nível de atividade permanece elevado, impulsionado por um grande volume de projetos em andamento, especialmente nas áreas de obras residenciais e infraestrutura.
Embora a projeção indique uma desaceleração em relação ao crescimento de 4,3% registrado em 2024, Vasconcelos considera o resultado positivo frente às turbulências atuais. Ela também ressaltou que o PIB do Brasil continua a crescer acima das expectativas, e a resiliência do emprego, com aumento nos salários, tem contribuído para o consumo.
No entanto, a economista alertou para a queda na confiança dos empresários do setor, que têm demonstrado cautela em relação ao lançamento de novos projetos imobiliários. A escassez de crédito e os altos juros são as principais preocupações, com a concessão de financiamentos para a construção caindo 62,3% entre janeiro e maio de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O presidente da CBIC, Renato Correia, observou que os bancos têm priorizado o crédito para pessoas físicas, dificultando o acesso dos construtores a financiamentos com juros mais baixos. Essa situação tem elevado os custos de produção e, consequentemente, os preços finais dos imóveis, o que representa um desafio significativo para o setor.