A Casa Ikeuara da Amazônia, em Belém, Pará, inaugura no próximo domingo (20) uma exposição permanente dedicada à memória de Tuíre Kayapó, líder indígena do Xingu e ícone na luta pela preservação da floresta. A mostra, que marca a abertura da primeira sala de memória indígena do estado, reúne artefatos pessoais, registros históricos e um painel central da artista afro-indígena Alice Hermosa, retratando momentos significativos da vida de Tuíre.
Tuíre Kayapó, que faleceu em 2022 aos 57 anos, ficou conhecida por sua coragem ao se opor à construção de hidrelétricas no rio Xingu, um ato que se tornou um símbolo da resistência indígena. A exposição não só celebra seu legado, mas também destaca a importância da luta das mulheres indígenas pela preservação da cultura e do meio ambiente. O evento contará com a presença de familiares, incluindo sua neta, que também se chama Tuíre, e será marcado por um ritual de abertura que reforça a conexão entre gerações.
A visitação à exposição será gratuita no dia da inauguração e, posteriormente, será cobrada uma contribuição simbólica, que será destinada à família de Tuíre e a iniciativas que ela deixou como legado, como a Casa da Costura, um espaço de autonomia para mulheres Kayapó. A curadora Nice Tupinambá enfatiza que a sala representa um território político e ancestral, convocando à memória e à ação em um momento crítico para a Amazônia.