A deputada federal licenciada Carla Zambelli, do PL, se entregou às autoridades italianas nesta terça-feira (29), após fugir para o país em maio. Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão em regime fechado e à perda do mandato, cuja análise ainda está pendente na Câmara dos Deputados. Seu advogado, Rafael Paiva, afirmou que a entrega deve ter pouca relevância na decisão sobre sua extradição para o Brasil.
Paiva acredita que a extradição de Zambelli pode ocorrer nas próximas horas, a menos que o governo italiano, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, decida intervir politicamente. Ele destacou que, embora existam fatores jurídicos, a situação política também pode influenciar a decisão. O advogado ressaltou que, até o momento, não há indícios de que o governo italiano tomará uma posição contrária à extradição.
Zambelli, que possui cidadania italiana, foi presa em Roma, onde se entregou após ser denunciada por um deputado italiano. Seu advogado afirmou que a deputada busca evitar a extradição e ser julgada de maneira justa. As autoridades italianas têm um prazo de 48 horas para decidir sobre sua libertação, prisão domiciliar ou aceitação do pedido de extradição feito pelo Brasil.
Se extraditada, Carla Zambelli deverá cumprir a pena imposta pelo STF e a Câmara dos Deputados terá que deliberar sobre a perda de seu cargo. O advogado Paiva indicou que a defesa pode argumentar a favor da deputada com base em sua dupla cidadania, alegações de perseguição política e condições das prisões brasileiras, mas não acredita que esses argumentos sejam suficientes para impedir a deportação.