A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL) se entregou às autoridades italianas nesta terça-feira (29), conforme informado por seu advogado, Fabio Pagnozzi. A entrega ocorreu em cumprimento a pedidos da Justiça, com a parlamentar demonstrando que não estava foragida no país europeu. Zambelli busca evitar a extradição e ser julgada de forma justa, segundo seu advogado.
A parlamentar, que estava na lista vermelha da Interpol desde que o ministro Alexandre de Moraes a incluiu como foragida internacional, deixou o Brasil em maio após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão em regime fechado. Zambelli foi apontada como mentora de uma operação que resultou na inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça, incluindo mandados de prisão forjados.
Desde sua chegada à Itália, a deputada viveu em isolamento e enfrentou dificuldades financeiras e de saúde. Ela contratou o advogado Pieremilio Sammarco para tentar impedir a extradição, enquanto o governo brasileiro formalizou o pedido de extradição com base em um tratado de 1989. A análise do processo pela Justiça italiana pode levar até seis meses, e a alegação de Zambelli sobre sua cidadania italiana não a proteger de extradição foi contestada por juristas.
No Brasil, a Câmara dos Deputados avaliará a perda do mandato de Zambelli, com o presidente da Casa, Hugo Motta, confirmando que o caso será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça. Além disso, o STF determinou o bloqueio de bens e contas da deputada, com valores destinados ao pagamento de multas judiciais, estimadas em cerca de R$ 2,1 milhões.