A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma na terça-feira (29 de julho de 2025) e poderá ser extraditada para o Brasil, apesar de possuir cidadania italiana. A inclusão de Zambelli na lista vermelha da Interpol ocorreu após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por sua participação na tentativa de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli estava foragida desde junho e, em declarações anteriores, alegou que sua cidadania italiana a protegeria de medidas judiciais brasileiras. No entanto, essa afirmação não possui respaldo jurídico, uma vez que a extradição de cidadãos italianos é permitida apenas em casos previstos por tratados internacionais e não se aplica a crimes políticos, conforme o artigo 26 da Constituição Italiana.
O Brasil e a Itália possuem um tratado bilateral de extradição assinado em 1989, que estabelece critérios como a dupla tipicidade e a reciprocidade. O Ministério da Justiça brasileiro deverá formalizar um pedido de extradição, que será analisado pela Corte de Apelação italiana. Se aprovado, o caso será encaminhado ao Ministério da Justiça da Itália, que terá a decisão final, podendo considerar aspectos jurídicos, diplomáticos ou políticos.
Caso a extradição seja autorizada, Zambelli será transferida ao Brasil para cumprir sua pena. Em um vídeo divulgado após sua prisão, a deputada criticou o STF e afirmou que não pretende retornar ao Brasil, afirmando que, se tiver que cumprir pena, será na Itália, que considera um país justo e democrático.