O capitão do Exército, Osmar Crivellati, depôs nesta quinta-feira, 17, como testemunha no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que não teve conhecimento nem participou de atividades de monitoramento ilegal de autoridades, supostamente coordenadas pelo coronel Marcelo Câmara, seu ex-superior durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração ocorreu em meio a investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre um esquema de monitoramento e neutralização de figuras públicas, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Câmara é acusado de liderar ações que visavam desestabilizar instituições democráticas, em colaboração com o general da reserva Mário Fernandes. Crivellati, que também é alvo de investigações da Polícia Federal por suposto envolvimento em desvios de joias da Presidência, prestou seu depoimento como defesa de Câmara, negando qualquer envolvimento em atividades de vigilância.
Durante o depoimento, Crivellati esclareceu que nunca foi informado sobre monitoramento de autoridades e que não participou de reuniões em locais como a casa do general Walter Braga Netto e o Palácio da Alvorada, onde, segundo investigações, teriam sido discutidos planos de ruptura institucional. O capitão enfatizou que sua compreensão de monitoramento se restringe a observação física de um alvo, o que, segundo ele, nunca ocorreu em sua experiência militar.