O capitão do Exército Osmar Crivellati depôs nesta quinta-feira, 17, como testemunha no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou não ter conhecimento sobre atividades de monitoramento ilegal de autoridades, supostamente coordenadas pelo coronel Marcelo Câmara, seu ex-superior na assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração ocorre em meio a investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) que envolvem Câmara em um esquema de monitoramento e neutralização de autoridades públicas.
Durante seu depoimento, Crivellati, que também é alvo de investigações da Polícia Federal por suposto envolvimento no desvio de joias da Presidência, enfatizou que nunca foi informado sobre ações de monitoramento e negou ter participado de reuniões onde tais atividades teriam sido discutidas. Ele descreveu o conceito de monitoramento em termos militares, afirmando que isso implica em observar fisicamente um alvo, o que, segundo ele, nunca ocorreu em sua experiência.
A PGR aponta que Câmara teria monitorado o deslocamento do ministro do STF Alexandre de Moraes como parte de um plano para um golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Crivellati, ao ser questionado sobre a existência de uma estrutura de "inteligência paralela" durante a gestão Bolsonaro, também negou qualquer conhecimento sobre o assunto, reiterando que nunca recebeu ordens para participar de atividades ilegais.