Pelo menos 96 pesquisadores brasileiros desistiram de participar de cursos de doutorado nos Estados Unidos, conforme anunciado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). A presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, revelou que as desistências ocorreram antes da solicitação de visto, sugerindo que o motivo está relacionado ao ambiente de insegurança nas universidades americanas sob a administração de Donald Trump.
Denise destacou que a situação atual tem gerado incertezas para projetos de pesquisa, com cortes de verbas e restrições em algumas áreas. "Os estudantes não estão indo fazer turismo. Eles estão indo trabalhar", afirmou, enfatizando a dificuldade enfrentada por aqueles que desejam desenvolver suas pesquisas fora do Brasil.
Embora não haja cortes oficiais nas bolsas para os EUA, a Capes prevê uma redução significativa no número de bolsas concedidas, passando de 1.200 para apenas 350 neste ano. A presidente aconselhou os pesquisadores a considerarem alternativas, ressaltando a importância de diversificar os destinos de pesquisa, uma vez que a dependência dos Estados Unidos pode impactar negativamente a ciência brasileira e global.
Os países mais procurados pelos pesquisadores brasileiros incluem França, Portugal e Espanha, enquanto as parcerias com países do Brics ainda são limitadas. Denise reafirmou que a Capes está disposta a ajudar na troca de país de destino para evitar prejuízos nas teses e projetos de pesquisa dos estudantes.