Jorge Beltrão Negromonte, condenado a mais de 70 anos de prisão por liderar o grupo conhecido como os "Canibais de Garanhuns", vive uma nova realidade na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, Pernambuco. Atualmente, ele atua como pastor evangélico, liderando cultos com outros detentos e recusando a progressão de regime, temendo uma recaída em seus antigos crimes.
O caso de Jorge ganhou destaque após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, onde ele aparece pregando com terno e gravata, ao lado de outros líderes religiosos. No vídeo, gravado há cerca de um ano, ele expressa sua conversão ao cristianismo, citando passagens bíblicas, como 2 Coríntios 5:17, e afirmando que se tornou uma "nova criatura".
Segundo seu advogado, Giovanni Martinovich, Jorge está comprometido com sua fé e prefere permanecer na prisão, onde se sente mais seguro. Diagnosticado com esquizofrenia, ele já poderia ter direito à prisão domiciliar, mas optou por não aceitar o benefício, temendo que sua saúde mental se deteriorasse fora do ambiente prisional. Jorge acredita que, se libertado, poderia ser alvo de violência e até mesmo voltar a cometer crimes.
Os crimes que levaram Jorge à condenação ocorreram em 2012, quando ele, sua esposa e uma amante assassinaram e esquartejaram pelo menos três mulheres, consumindo parte da carne das vítimas e utilizando restos em salgados vendidos na vizinhança. O caso chocou o Brasil e teve repercussão internacional, tornando-se um dos mais notórios da história criminal do país.