Os governos do Canadá e das províncias canadenses estão mobilizados desde o início de 2025 para contestar o aumento das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. Em 1º de fevereiro, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, que foi posteriormente adiada em março. No entanto, em 11 de julho, Trump anunciou um novo aumento para 35%, a ser implementado em agosto, afirmando que a tarifa poderia ser ajustada conforme a relação bilateral.
Em resposta ao aumento das tarifas, o primeiro-ministro da província de Ontário, Doug Ford, cancelou um contrato de US$ 100 milhões com a empresa Starlink para fornecer internet em áreas remotas. Além disso, Ontário ameaçou cortar o fornecimento de energia para os EUA. Os premiês das províncias, incluindo François Legault, do Québec, têm buscado apoio em Washington, realizando visitas a congressistas para discutir a questão.
O governo canadense também intensificou as negociações com os EUA e contratou empresas de lobby para fortalecer sua posição. Em abril, a então ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly, destacou a necessidade de defesa contra as tarifas, afirmando que o Canadá impôs tarifas significativas a produtos norte-americanos, especialmente em estados que apoiaram Trump nas eleições de 2024. A campanha do Partido Liberal, liderada por Mark Carney, que venceu as eleições em abril, se opôs às políticas de Trump, reafirmando a soberania canadense.
Enquanto isso, o Brasil enfrenta uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Trump em 9 de julho, em resposta ao tratamento do governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi o único a buscar diálogo com a Embaixada dos EUA em Brasília, mas a coordenação com o governo federal para uma resposta unificada parece improvável, segundo especialistas em direito internacional.