O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, declarou nesta terça-feira (15) que as negociações em curso com os Estados Unidos para um novo acordo comercial provavelmente resultarão na imposição de tarifas. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa em Ottawa, enquanto Carney se dirigia a uma reunião de gabinete, marcando sua primeira manifestação pública sobre a improbabilidade de um acordo sem tarifas com a administração de Donald Trump.
Carney destacou que "não há muitas evidências agora" de que os EUA estejam dispostos a negociar um acordo livre de tarifas. Essa mudança de tom é significativa, uma vez que autoridades canadenses anteriormente expressavam otimismo em relação a um relacionamento comercial sem barreiras tarifárias. A nova postura do premiê surge após Trump enviar uma correspondência informando sobre a possibilidade de uma tarifa geral de 35% sobre produtos canadenses a partir de 1º de agosto.
De acordo com o jornal Politico, a tarifa proposta pelo governo americano se aplicaria apenas a produtos que não estejam em conformidade com o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA). Carney também mencionou que as negociações para atender ao prazo estipulado por Trump "se intensificarão", após a decisão do governo canadense de eliminar o Imposto sobre Serviços Digitais como parte das discussões. No entanto, ainda não foram divulgados detalhes sobre os setores afetados pelas tarifas ou os percentuais que poderão ser aplicados.