Campinas (SP) celebra seu 251º aniversário nesta segunda-feira (14) com uma homenagem a figuras históricas que influenciaram a cidade e o Brasil. Entre os homenageados estão abolicionistas, cantores e personalidades controversas, cujos nomes estão associados a importantes ruas e avenidas da metrópole. O resgate dessas histórias foi realizado pelo portal g1, que destaca a relevância de cada um desses personagens na formação da identidade campineira.
Entre os destaques estão Francisco Glicério, defensor da República e da abolição da escravidão, e Moraes Salles, um monarquista convicto. Ambos nasceram em 1846 e suas trajetórias se entrelaçam em um dos cruzamentos mais movimentados da cidade, onde as avenidas que levam seus nomes se encontram. O historiador Sidnei Rocha revela que, apesar de suas divergências políticas, Glicério e Salles compartilharam momentos significativos em suas vidas, como o batismo na mesma igreja e a amizade de suas famílias.
Francisco Glicério, filho de um paulista e uma ex-escravizada, teve uma carreira marcada pela defesa de ideais republicanos e pela luta contra a escravidão. Ele foi ministro e fundador do Partido Republicano Federalista. Em contrapartida, Moraes Salles, promotor público e juiz, focou no desenvolvimento urbano e na infraestrutura da cidade, sendo um defensor da monarquia. A história desses dois homens reflete as tensões políticas da época e a importância de suas contribuições para Campinas.
A mudança do nome da Rua do Rosário para Avenida Francisco Glicério em 1889 foi uma forma de reconhecimento pelos serviços prestados à pátria. A história desses personagens, que agora são lembrados nas ruas da cidade, continua a provocar reflexões sobre o passado e suas implicações no presente, como observou a pet sitter Samira Lima, que se surpreendeu ao conhecer a história por trás do cruzamento das avenidas.