As ações da Camil (CAML3) apresentaram forte volatilidade nesta quarta-feira (16), com uma queda inicial superior a 5% após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025. Contudo, os papéis se recuperaram e fecharam em alta de 1,13%, cotados a R$ 5,37. O Santander avaliou que os resultados ficaram em linha com as expectativas do mercado, apesar de um EBITDA de R$ 233 milhões, representando uma queda de 6% em relação ao ano anterior.
O desempenho negativo foi atribuído principalmente ao segmento de Alto Giro, que inclui produtos como açúcar e arroz. A Camil enfrentou uma queda de 27% nos preços do arroz em comparação ao mesmo período do ano passado, além de um cenário desafiador para o mercado de açúcar. No Brasil, o EBITDA foi de R$ 163 milhões, uma redução de 12% em base anual, refletindo a recuperação da safra de arroz e a pressão contínua sobre os volumes de açúcar.
Apesar das dificuldades, o segmento internacional da Camil apresentou resultados positivos, com uma margem EBITDA sólida de 9,3%. O crescimento de 24% no volume vendido em comparação anual foi impulsionado por exportações robustas de Uruguai e Equador. No entanto, o Santander expressou preocupação com a alavancagem da companhia, que subiu para 4,1 vezes dívida líquida/EBITDA, em comparação a 3,0 vezes no trimestre anterior, devido a um consumo sazonal de capital de giro.
As projeções futuras indicam um cenário desafiador, com a expectativa de encerrar o exercício fiscal de 2025 em 3,2 vezes, abaixo do limite contratual de 4,0 vezes. A necessidade de amortização de R$ 2,4 bilhões em dívidas até maio de 2026 também foi destacada, o que pode impactar a estratégia financeira da empresa nos próximos meses.