Câmeras de monitoramento do Projeto Bandeiras capturaram, no dia 6 de maio, uma cena alarmante no corredor ecológico que conecta os Parques Estaduais da Serra de Caldas e da Mata Atlântica, em Goiás. Um grupo de três cães perseguiu uma fêmea de tamanduá-bandeira e seu filhote, evidenciando os riscos do convívio entre fauna nativa e animais domésticos na região.
Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Aliança da Terra e a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), estão investigando os impactos desse contato. A bióloga e coordenadora do projeto, doutora Alessandra Bertassoni, alerta que essas interações podem resultar em mortes de animais silvestres e na transmissão de doenças, além de deslocamentos forçados de suas áreas de vida.
O vídeo, que foi analisado durante uma campanha de revisão das câmeras, mostra a mãe tamanduá e seu filhote conseguindo escapar após serem cercados pelos cães. Embora não se saiba se os cães têm tutores, a coordenadora enfatiza a necessidade de uma educação ambiental que envolva a comunidade para prevenir esses conflitos. O projeto também registrou um cachorro-do-mato em estado avançado de alopecia, indicando possíveis doenças transmitidas por cães domésticos.
O Projeto Bandeiras é a primeira iniciativa a monitorar a fauna da região em médio prazo, abrangendo os biomas Cerrado e Mata Atlântica. A pesquisa busca diagnosticar e entender as interações entre as espécies, contribuindo para a preservação da biodiversidade local e a saúde dos animais envolvidos.