O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou a proibição de sessões das Comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores que homenageariam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira, 22. A decisão foi formalizada por meio de um ato assinado por Motta, que suspendeu as reuniões de comissões entre 22 de julho e 1º de agosto, período em que o Legislativo costuma entrar em recesso.
A medida foi comunicada diretamente aos presidentes das comissões, Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Filipe Barros (PL-PR), que foram instruídos a cancelar as sessões. Motta optou por evitar desgaste pessoal ao solicitar que os líderes das comissões tomassem a iniciativa de cancelar as reuniões. O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), criticou a decisão, afirmando que a oposição buscava exercer seu papel parlamentar e que as sessões já estavam agendadas desde a última sexta-feira, 17.
Embora a Câmara não esteja oficialmente em recesso, já que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não ocorreu, os presidentes da Câmara e do Senado adotaram um "recesso branco", desocupando a pauta legislativa. Isso permitiu que as comissões funcionassem normalmente, mesmo durante o período que deveria ser de recesso. Deputados bolsonaristas se reuniram em Brasília para discutir estratégias em resposta a medidas do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que impôs restrições ao ex-presidente.
Com a proibição das sessões, os planos de retomar a atividade legislativa foram frustrados. Após o recesso, a oposição pretende colocar em pauta o impeachment de Moraes no Senado e a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa o fim do foro privilegiado e a anistia aos presos do 8 de Janeiro na Câmara.