O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), vetou a realização de sessões das comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores para homenagear o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira, 22. A decisão, que impede reuniões até o dia 1.º de agosto, frustrou opositores que consideraram a medida como 'ilegal'.
Apesar do recesso parlamentar, deputados bolsonaristas se reuniram em Brasília para discutir estratégias em resposta a medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que ameaçou prender Bolsonaro caso ele descumpra as determinações. A oposição planeja ações no Congresso após o recesso, incluindo a proposta de impeachment de Moraes e uma PEC para acabar com o foro privilegiado.
A relação entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) tem se deteriorado, especialmente após decisões recentes que afetaram a atuação parlamentar. A insatisfação aumentou com o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um projeto que aumentaria o número de deputados, e a expectativa de condenação de Bolsonaro em setembro intensifica o clima de embate entre os poderes.
A proibição de Motta foi criticada pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que argumentou que a decisão deveria ter partido do presidente em exercício, já que Motta e o primeiro-vice-presidente estão fora do país. A situação evidencia a crescente tensão política e as divisões dentro do Legislativo brasileiro.