O Brasil, com mais de 32 milhões de idosos, enfrenta uma preocupante realidade: um em cada três brasileiros acima de 65 anos sofre quedas anualmente, com 10% resultando em lesões graves. Diante desse cenário alarmante, a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados se reuniu com especialistas para discutir medidas de prevenção. O foco é o projeto de lei (PL 4376/24), de autoria do deputado Luiz Couto (PT-PB), que visa criar a Política Nacional de Prevenção de Quedas entre Pessoas Idosas.
O projeto, já aprovado na Comissão da Pessoa Idosa, propõe adaptações em ambientes residenciais, capacitação de cuidadores, campanhas de conscientização e a inclusão da prevenção de quedas na atenção primária de saúde. No entanto, especialistas, como Monica Perracini, do Centro Internacional de Longevidade Brasil, alertam para os desafios de implementação no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (Suas), destacando a importância de articulações entre os dois sistemas.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) já promove ações para garantir a autonomia dos idosos, mas a coordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, Lígia Iasmine, ressalta que a maioria dos idosos vive de forma independente, aumentando o risco de acidentes. Isabela Trindade, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, enfatiza a necessidade de identificar precocemente idosos em risco e a importância de medidas preventivas como exercícios físicos e adaptações ambientais.
Luiz Couto citou casos de quedas que poderiam ser evitadas com medidas simples, como pisos antiderrapantes e barras de apoio, afirmando que cada queda representa uma vida transformada e que a prevenção é essencial. "Não são casos isolados, são a face visível de uma epidemia invisível", concluiu o deputado.