A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou, em primeiro turno, nesta sexta-feira (11), um projeto de lei que autoriza a desapropriação de trechos de ruas no bairro Gameleira, na região Oeste da cidade, para a construção de um novo complexo hospitalar. A proposta, que visa a criação do Complexo de Saúde Hospital Padre Eustáquio (HoPE) e do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), foi aprovada com ampla maioria, apesar da obstrução de parte da oposição, que levantou preocupações sobre a falta de debate e o possível fechamento de unidades de saúde existentes.
O projeto, enviado pelo prefeito Álvaro Damião (União Brasil) a pedido do governo estadual, prevê a transferência de quatro áreas não utilizadas pelo município à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). As áreas desafetadas incluem partes das ruas Cônego Felício, Eugênio Ricaldoni, Vinte e Dois e Raimundo Rodrigues de Paula, com a justificativa de viabilizar a construção de um hospital com mais de 500 leitos, que integrará os serviços de quatro hospitais estaduais atualmente em funcionamento.
Durante a votação, vereadores da oposição, especialmente do PT e Psol, criticaram a tramitação acelerada do projeto e a falta de uma audiência pública para discutir suas implicações. A vereadora Iza Lourença (Psol) expressou preocupações sobre o fechamento dos hospitais atuais e a ausência de garantias para os servidores. Por outro lado, a vereadora Fernanda Altoé (Novo) defendeu a proposta, afirmando que os hospitais existentes farão parte do novo complexo, e o líder de governo, Bruno Miranda (PDT), ressaltou os benefícios que a iniciativa trará para a saúde em Minas Gerais.
O projeto agora retornará às comissões da Câmara para análise das emendas antes de uma votação definitiva, que, se aprovada, seguirá para a sanção do prefeito.