A Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira (16) um projeto de lei que permite a utilização de até R$ 30 bilhões do fundo social, criado com recursos do pré-sal, para quitar dívidas de produtores rurais afetados por calamidades públicas. A medida gerou controvérsias e foi criticada por membros da base governista, sendo classificada como 'uma bomba' fiscal pelo líder do PT, José Guimarães (CE).
A votação ocorreu logo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar um projeto que ampliava o número de deputados federais, aumentando a tensão entre o Executivo e o Legislativo. O projeto, que visava ajustar a representação dos estados ao novo Censo, foi aprovado por uma margem apertada, mas o veto presidencial suspendeu a redistribuição até agosto.
Guimarães expressou descontentamento com a aprovação do projeto ruralista, alegando que houve uma quebra de confiança em um acordo prévio com ministros. A mudança no texto, que beneficiou agricultores do Nordeste, foi proposta pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Críticos da medida alertam que os recursos desviados do fundo social impactarão áreas essenciais como educação e saúde. O projeto agora segue para análise no Senado.