O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que está aguardando manifestações oficiais do Ministério da Justiça e do governo italiano sobre a prisão da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Motta ressaltou que a Casa legislativa não possui autoridade para decidir sobre a prisão, podendo apenas avaliar a possível cassação do mandato da parlamentar.
Nesta terça-feira, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), protocolou um requerimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) solicitando o encaminhamento imediato do processo de perda do mandato de Zambelli à Mesa Diretora. O presidente da Câmara mencionou que tomou conhecimento da detenção da deputada pela imprensa e conversou com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que forneceu informações preliminares sobre o caso.
A CCJ instaurou, na última segunda-feira, um prazo para que Carla Zambelli apresente sua defesa e indique provas no processo que visa à cassação de seu mandato, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa da deputada foi protocolada no início de julho e agora cabe ao relator, Diego Garcia (Republicanos-PR), elaborar um relatório recomendando a cassação ou não da parlamentar.
Após a votação na CCJ, a decisão final será tomada em plenário, onde são necessários pelo menos 257 votos para a cassação do mandato de Zambelli. A deputada foi condenada a dez anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e atualmente se encontra foragida na Itália, onde possui cidadania, sendo alvo de um mandado de prisão definitiva emitido pelo ministro Alexandre de Moraes.