MADRI – O Ministério do Meio Ambiente da Espanha divulgou nesta segunda-feira que as altas temperaturas nos últimos dois meses resultaram em 1.180 mortes no país, um aumento alarmante em comparação com as 114 mortes registradas no mesmo período do ano anterior. O intervalo analisado abrange de 16 de maio a 13 de julho de 2023, quando a Espanha enfrentou ondas de calor severas, com temperaturas frequentemente superiores a 40 graus Celsius.
A maioria das vítimas tinha mais de 65 anos, sendo que mais da metade eram mulheres. As regiões mais afetadas incluem Galícia, La Rioja, Astúrias e Cantábria, todas localizadas no norte da Espanha, onde as temperaturas de verão, tradicionalmente mais amenas, apresentaram um aumento significativo nos últimos anos. O ministério classificou o evento como de “intensidade excepcional”, destacando um aumento sem precedentes nas temperaturas médias e na mortalidade associada ao calor.
Durante o período analisado, foram emitidos 76 alertas vermelhos de calor extremo, em contraste com nenhum alerta no ano anterior. No verão passado, 2.191 mortes foram atribuídas a causas relacionadas ao calor na Espanha, segundo dados do Instituto de Saúde Carlos 3º. Esses números refletem uma tendência preocupante em toda a Europa Ocidental, onde o calor extremo tem se tornado cada vez mais frequente e mortal.
A análise dos dados espanhóis coincide com um estudo recente que indicou cerca de 2.300 mortes relacionadas ao calor em 12 cidades europeias durante uma onda de calor intensa nos dias que antecederam 2 de julho. No entanto, não está claro se a metodologia utilizada nesse estudo é compatível com os dados apresentados pela Espanha.