Uma cachorra vira-lata, resgatada em São José dos Campos, foi treinada e se tornou o segundo cão perito da Polícia Científica de São Paulo, especializada em detectar vestígios de sangue humano em cenas de crimes. A cadela, chamada Savana, passou por dois anos de treinamento sob a supervisão do perito criminal e médico veterinário João Henrique Machado, que a encontrou em estado de desnutrição e inicialmente pretendia entregá-la para adoção.
Machado, percebendo o potencial de Savana, decidiu treiná-la para o trabalho policial, onde ela agora utiliza seu faro apurado para identificar manchas de sangue que não são visíveis a olho nu. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a habilidade de Savana foi desenvolvida em parte por meio da observação do primeiro cão perito da equipe, chamado Mani.
O uso de cães na perícia criminal é um projeto inovador no Brasil, oferecendo uma alternativa mais econômica e eficaz em comparação com métodos tradicionais, como o uso de luminol, que pode falhar em condições específicas. O perito Machado está atualmente desenvolvendo um projeto de mestrado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para estabelecer protocolos de treinamento e utilização de cães em investigações policiais, com a expectativa de que cada núcleo da Polícia Científica tenha seu próprio cão perito no futuro.