O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, manifestou críticas ao governo de Nicolás Maduro, da Venezuela, na segunda-feira (21 de julho de 2025), após o Ministério Público venezuelano anunciar a abertura de uma investigação sobre supostos abusos contra imigrantes venezuelanos em prisões salvadorenhas. A declaração de Bukele ocorreu após a repatriação de 252 imigrantes venezuelanos detidos no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot) em El Salvador, que foram libertados em um acordo com os Estados Unidos.
Bukele afirmou que o regime de Maduro estava satisfeito com o acordo de troca de prisioneiros, que resultou na libertação de 10 cidadãos e residentes dos EUA, além de 80 pessoas consideradas "presos políticos" pela Venezuela. O presidente salvadorenho utilizou a rede social X para expressar sua indignação, alegando que Maduro e seu governo estavam mais preocupados em perder a influência sobre os imigrantes do que em defender seus direitos.
Em resposta, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a investigação contra Bukele, acusando-o de "maus-tratos" e "tortura" aos imigrantes. Saab revelou que os 252 imigrantes libertados relataram condições desumanas, incluindo agressões físicas e abusos sexuais nas celas do Cecot, que é destinado a integrantes de gangues. O procurador apelou ao Tribunal Penal Internacional e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU para que intervenham na situação.