O Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, manifestou "sérias preocupações" em relação ao aumento de tarifas unilaterais durante a reunião de cúpula que teve início neste domingo (6) no Rio de Janeiro. A declaração, acordada por negociadores no sábado, critica medidas tarifárias que distorcem o comércio e desafiam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância de as nações emergentes defenderem o comércio multilateral diante do ressurgimento do protecionismo.
Além das tarifas, os ministros das Finanças dos países-membros também expressaram preocupação com a crescente tensão tarifária. O encontro no Rio de Janeiro também abordou a escalada bélica no Oriente Médio, onde o Irã, membro do grupo desde 2023, esperava uma posição mais firme do Brics. Contudo, a declaração final manterá a mesma mensagem de preocupação emitida no mês anterior, sem um tom mais contundente em relação aos bombardeios de Israel e Estados Unidos.
A cúpula, que ocorre em um contexto de tensões internacionais, contará com a presença de representantes de diversos países, enquanto o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, foi substituído pelo chanceler Abbas Araqchi. Especialistas apontam que o tom da reunião será cauteloso em relação aos Estados Unidos, especialmente considerando os interesses comerciais de alguns membros, como a Índia.
Além dos temas econômicos e de segurança, o Brics também planeja discutir questões relacionadas a mudanças climáticas, governança da inteligência artificial e cooperação sanitária. Para garantir a segurança do evento, as Forças Armadas mobilizaram mais de 20 mil agentes e utilizarão caças com mísseis para controlar o espaço aéreo, uma medida não vista desde os Jogos Olímpicos de 2016.