Na 17ª Reunião de Cúpula dos Brics, realizada no Rio de Janeiro, líderes dos países membros manifestaram apoio à ideia de realizar comércio utilizando moedas alternativas ao dólar. A proposta gerou reações, incluindo uma declaração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou a intenção de impor um adicional de 10% ao imposto de importação sobre produtos de nações que adotarem essa prática, classificando-a como "antiamericana".
As declarações de Trump, feitas em sua rede social Truth Social na segunda-feira, 7, não resultaram em uma ordem executiva oficial da Casa Branca, mas foram interpretadas como uma tentativa de intimidar países que possam considerar a adoção de moedas alternativas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião da cúpula, respondeu criticando a postura do ex-presidente americano, afirmando que suas ameaças não são adequadas para um líder de uma potência global.
Lula ressaltou que os Brics têm o direito de discutir suas próprias estratégias comerciais, enfatizando que a conversa sobre alternativas ao dólar não deve ser vista como uma afronta aos Estados Unidos. Ele declarou: "Não é correto ameaçar o mundo através da internet. O mundo mudou, e não queremos imperador". A resposta do presidente brasileiro, no entanto, foi considerada por alguns como uma oportunidade para Trump, que se beneficia de um clima de confronto.
A discussão sobre a utilização de moedas alternativas ao dólar reflete uma crescente insatisfação com a hegemonia da moeda americana no comércio global. Analistas apontam que, apesar das críticas de Trump, seu governo tem contribuído para a desvalorização do dólar por meio de políticas tarifárias e econômicas controversas.