A cúpula de líderes do Brics, realizada no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho de 2025, divulgou uma declaração final que expressa preocupação com a escalada da segurança no Oriente Médio, especialmente em relação ao Irã. O documento condena ataques a instalações nucleares iranianas, mas não menciona diretamente os Estados Unidos ou Israel, responsáveis pelos bombardeios ocorridos em 21 de junho. O Irã, que se juntou ao bloco em 2023, havia solicitado um posicionamento mais firme durante as negociações.
Embora a declaração cite Israel em sete ocasiões, as referências estão relacionadas a conflitos na Faixa de Gaza, Síria e Líbano. A resistência de países aliados dos EUA, como Índia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, dificultou um posicionamento mais contundente. O texto ressalta a necessidade de respeitar as salvaguardas nucleares e pede à ONU que intervenha na questão.
A ausência de líderes importantes, como os presidentes da China, Rússia e Egito, na cúpula, pode reduzir a repercussão política da declaração, que faz parte da estratégia do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar o protagonismo internacional do Brasil. Enquanto isso, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, já havia ameaçado o Brics com tarifas comerciais caso o bloco abandonasse o dólar em suas transações.