O Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, condenou pela primeira vez os ataques militares contra o Irã durante a 17ª Reunião de Cúpula, realizada no Rio de Janeiro no último domingo (6). A declaração, que não menciona diretamente os responsáveis pelos bombardeios, representa uma mudança significativa na postura do bloco em relação ao conflito no Oriente Médio.
No documento, os líderes do Brics expressaram preocupação com a escalada da situação de segurança na região e afirmaram que os ataques, ocorridos desde 13 de junho de 2025, violam o direito internacional e a Carta das Nações Unidas. Essa nova posição contrasta com a declaração anterior do grupo, que apenas manifestava preocupação sem uma condenação explícita.
O professor Mohammed Nadir, especialista em relações internacionais, destacou que a nova declaração demonstra uma maior coesão entre os membros do Brics, refletindo a influência da China e da Rússia na formulação do texto. Ele observou que a China, em particular, reconhece que os ataques ao Irã podem ter implicações diretas para sua própria segurança.
Além de condenar os ataques a instalações nucleares do Irã, a declaração exorta o Conselho de Segurança da ONU a abordar a questão, ressaltando que os ataques a usinas nucleares são proibidos pelo direito internacional devido ao risco de contaminação. A Índia, que até então se limitava a expressar preocupação, agora se une aos demais membros do Brics na condenação dos ataques.