Os negociadores do Brics finalizaram neste sábado, 5, as discussões para a adoção de uma declaração consensual na Cúpula do Rio, que ocorrerá no dia seguinte. O encontro, realizado no Hotel Nacional, em São Conrado, Rio de Janeiro, enfrentou impasses significativos, especialmente em relação à posição do grupo sobre os ataques ao Irã, que desejava uma condenação mais contundente aos Estados Unidos e a Israel.
Diplomatas relataram que, apesar do desejo do Irã por uma manifestação mais forte, o tom do comunicado final será moderado, refletindo a posição do Brasil, que atualmente preside o grupo. A delegação iraniana expressou insatisfação com a terminologia utilizada para se referir a Israel, que não adotará termos considerados ofensivos em linguagem diplomática.
A Cúpula do Brics, que se apresenta como um importante evento na estratégia internacional do governo Lula, enfrenta desafios de participação, com a possibilidade de ausências de líderes de países do Oriente Médio. A diplomacia brasileira busca contornar essa situação, enfatizando a importância do multilateralismo e a proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU, na qual Brasil e Índia aspiram a uma vaga permanente.