Negociadores do Brics finalizaram neste sábado (5) um comunicado conjunto, que será apresentado pelos líderes do bloco durante a cúpula marcada para este domingo (6). As discussões superaram impasses relacionados à guerra no Oriente Médio e à reforma das Nações Unidas, evitando que a reunião evidenciasse divisões internas. A inclusão da solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino foi um dos pontos mais sensíveis, especialmente devido à oposição do Irã, que não reconhece Israel. No entanto, a delegação iraniana acabou isolada em sua posição, já que outros membros do Brics, incluindo países árabes, apoiam essa solução.
Além disso, a reforma do Conselho de Segurança da ONU também foi tema de debate. O Brasil, que defende a aspiração de ocupar um assento permanente no conselho, conseguiu incluir uma menção a essa pretensão no documento final. A África do Sul, que constava em versões anteriores, foi retirada para minimizar atritos com Etiópia e Egito, que possuem uma posição conjunta sobre a reforma e rejeitam privilégios a um único país africano. O comunicado final reflete um consenso entre os membros do Brics, destacando a importância da cooperação internacional em questões críticas.