Os negociadores do Brics chegaram a um consenso sobre a declaração final da cúpula de líderes do bloco, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho de 2025, no Rio de Janeiro. O acordo foi alcançado neste sábado (5), após superarem um impasse com o Irã sobre a menção a Israel no documento. O texto será apresentado aos chefes de Estado, que ainda poderão realizar alterações antes da publicação.
O Irã, que não reconhece Israel, se opôs a qualquer referência que pudesse legitimar a existência do Estado israelense, em contrariedade à posição histórica dos países do Brics, que defendem a solução de dois Estados no Oriente Médio. O conflito recente entre Irã e Israel, que incluiu bombardeios e um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, influenciou as negociações, que se tornaram mais complexas do que em ocasiões anteriores.
Além da declaração geral, os ministros de finanças e presidentes de Bancos Centrais dos países do Brics aprovaram um documento que defende um sistema tributário internacional mais justo e eficiente, com foco na transparência e na cooperação internacional. O texto menciona a necessidade de combater a evasão fiscal, especialmente entre indivíduos de alto patrimônio líquido.
A cúpula, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também abordará temas como inteligência artificial, financiamento climático e saúde pública, reafirmando o compromisso do bloco com o multilateralismo em um contexto global marcado por políticas protecionistas.