Guilherme do Lemes Cardoso e Silva, artista visual brasileiro de 35 anos, permanece detido nos Estados Unidos mesmo após sua esposa, Rachael Leidig, ter pago a fiança. O incidente ocorreu em 11 de julho, quando Guilherme foi abordado por agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE) em Friday Harbor, Washington, enquanto buscava a filha na escola. Ele viveu ilegalmente no país por quase oito anos, segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA.
Na última terça-feira (30), Guilherme passou por duas audiências, onde o juiz decidiu pela liberação sob fiança, valor que foi quitado por Rachael. Contudo, após a audiência, ela foi informada que seu marido havia sido transferido para uma unidade em Whatcom, Washington, sem que lhe fossem dadas explicações claras sobre a situação. Em desabafo nas redes sociais, Rachael expressou sua angústia e a incerteza sobre o futuro do marido.
Guilherme foi transferido para a nova unidade às 20h30 do dia 29 e, até a última atualização, ainda constava na lista de presos. A esposa informou que ele terá uma nova audiência nesta quarta-feira. O g1 tentou contato com o Consulado-Geral do Brasil em São Francisco e com o ICE, mas não obteve retorno até o momento. O caso levanta questões sobre a política de imigração dos EUA e os direitos dos detidos.
Guilherme, conhecido por seus murais de grande escala, foi detido em uma operação que envolveu pelo menos seis veículos, segundo relatos de Rachael. A detenção ocorreu sem a apresentação de um mandado, prática permitida pela política imigratória vigente, conforme nota do Consulado-Geral do Brasil.