O Brasil pode enfrentar novas sanções tarifárias dos Estados Unidos devido às suas relações comerciais com a Rússia, conforme alertou o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, após reunião com senadores americanos. A pressão internacional sobre Moscovo tem aumentado desde a invasão da Ucrânia em 2022, e o ex-presidente Donald Trump anunciou a possibilidade de tarifas secundárias de 100% sobre países que continuarem a comprar exportações russas, a menos que um acordo de paz seja alcançado em 50 dias.
Dados do Center for Research on Energy and Clean Air (CREA) revelam que, entre os principais compradores de combustíveis fósseis russos, o Brasil se destaca como um dos maiores importadores. Em 2023, o país importou 6,1 milhões de toneladas de diesel da Rússia, um aumento de 6.000% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 4,5 bilhões. Esse crescimento fez do Brasil o maior importador de diesel russo em 2024, com mais de 90% do diesel importado proveniente da Rússia em determinados períodos.
Além do diesel, o comércio bilateral entre Brasil e Rússia atingiu um recorde histórico de US$ 12,4 bilhões em 2024, com um aumento de 9% em relação ao ano anterior. As exportações brasileiras para a Rússia incluem produtos como soja, café não torrado e carne bovina, enquanto as importações são compostas principalmente por óleos combustíveis e fertilizantes químicos. Apesar de a Rússia não estar entre os dez maiores compradores de produtos brasileiros, ocupa a quinta posição entre os importadores, com US$ 5,079 bilhões até junho deste ano.