O governo federal brasileiro anunciou sua saída da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), uma entidade dedicada à preservação da memória do Holocausto e à promoção da educação sobre o tema. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo na última sexta-feira (25). A decisão ocorre em um contexto de crescente tensão entre Brasil e Israel, especialmente após a adesão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de violações de direitos humanos na Faixa de Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil justificou sua participação no processo, afirmando que a comunidade internacional testemunha rotineiramente graves violações de direitos humanos na região e que não pode permanecer inerte diante das atrocidades. A decisão, no entanto, foi recebida com críticas contundentes por parte de Israel, que a qualificou como uma "falha moral" em nota divulgada nas redes sociais.
Israel expressou preocupação com a postura do Brasil, especialmente em um momento em que o país enfrenta desafios significativos à sua existência. O chanceler israelense, Israel Katz, declarou que Lula é considerado persona non grata em Israel, em resposta a comparações feitas pelo presidente brasileiro entre as ações israelenses na Faixa de Gaza e o Holocausto, o que gerou uma crise diplomática e levou à retirada do embaixador brasileiro em Tel Aviv no ano passado.