O governo federal brasileiro anunciou sua saída da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), uma organização dedicada à preservação da memória do Holocausto e à educação sobre o tema. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira, 25 de outubro de 2023.
A decisão ocorre em um contexto de tensão diplomática, poucos dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter aderido a uma ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça, alegando violações de direitos humanos na Faixa de Gaza. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil justificou sua participação no processo, destacando a necessidade de agir diante das graves violações de direitos humanos na região.
A retirada do Brasil da IHRA foi amplamente criticada pelo governo israelense, que emitiu uma nota afirmando que a decisão representa uma "profunda falha moral". O Ministério das Relações Exteriores de Israel ressaltou que, em um momento crítico para o país, a postura do Brasil é considerada imprudente e vergonhosa.
A relação entre Brasil e Israel se deteriorou ainda mais após declarações de Lula, que comparou as ações israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto, resultando em uma resposta severa de Tel Aviv, que declarou o presidente brasileiro como persona non grata. A crise diplomática levou à retirada do embaixador brasileiro em Israel no ano passado.