O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou que o governo brasileiro decidiu ingressar como parte na ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de genocídio na guerra na Faixa de Gaza. A declaração foi feita em entrevista à Al Jazeera, durante a Cúpula do Brics, e divulgada no último domingo, 13 de outubro.
Vieira explicou que a decisão foi motivada pelos recentes acontecimentos no conflito, que levaram o Brasil a apoiar formalmente o processo, após ter manifestado apenas apoio verbal anteriormente. O chanceler afirmou que o governo está trabalhando para formalizar essa adesão e que uma boa notícia será anunciada em breve. O governo sul-africano já havia apresentado a representação contra Israel em 2023, acusando o país de crimes de guerra e genocídio.
A decisão do Brasil de apoiar a ação na CIJ pode intensificar a crise diplomática entre Brasília e Tel Aviv, que já se encontra em um estado delicado. O governo brasileiro tem sido pressionado a romper laços com Israel, mas até o momento optou por manter relações, considerando os interesses comerciais e a proteção de cidadãos brasileiros com dupla nacionalidade. Desde 2024, Lula é visto por Israel como persona non grata, após comparações entre a ação militar israelense e o Holocausto.
A CIJ já emitiu uma ordem judicial solicitando que Israel evite atos que possam ser considerados genocídio e garanta a proteção dos direitos dos palestinos. A situação continua a evoluir, e a formalização do apoio do Brasil à ação pode ter repercussões significativas nas relações internacionais do país.