O Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme o relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 – SOFI 2025", divulgado nesta segunda-feira (28). A medição, que abrange o triênio 2022-2024, revela que menos de 2,5% da população brasileira enfrenta risco de subnutrição ou falta de acesso à alimentação adequada.
O país havia sido incluído na lista de países com insegurança alimentar grave entre 2018 e 2020, e sua última aparição anterior no Mapa da Fome ocorreu em 2014. O relatório foi apresentado durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, que acontece até 29 de julho na Etiópia.
A redução da fome no Brasil está diretamente relacionada à diminuição da pobreza, que, segundo dados do IBGE, viu cerca de 10,2 milhões de pessoas saírem dessa condição em 2022. Em 2023, a taxa de pobreza extrema caiu para 4,4%, o menor percentual já registrado. Entretanto, a alta nos preços dos alimentos, que acumulam uma inflação de 7,81% em 12 meses até abril de 2025, representa um desafio para o poder de compra da população.
O cálculo da prevalência de subalimentação (PoU) considera a disponibilidade de alimentos no país, incluindo produção, importações e exportações, além do consumo da população. A simulação de distribuição alimentar revela que, apesar da oferta, a desigualdade de renda impede que muitos brasileiros tenham acesso a uma alimentação adequada, sendo necessário que o percentual de subalimentação permaneça abaixo de 2,5% para que o país não figure novamente no Mapa da Fome da ONU.