O Brasil voltou a produzir insulina 100% nacional após duas décadas, com a entrega do primeiro lote do medicamento na última sexta-feira (11). O Ministério da Saúde recebeu 207.385 unidades, incluindo insulina regular e NPH, fabricadas pela Biomm em Nova Lima (MG) através do programa Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). O evento contou com a presença do ministro Alexandre Padilha, que destacou a importância da iniciativa para a saúde pública e a soberania do país na produção de medicamentos.
A produção foi viabilizada por um acordo de transferência de tecnologia com a farmacêutica indiana Wockhardt e a Fundação Ezequiel Dias (Funed). Segundo o ministro, essa retomada permitirá que o Brasil atenda 50% da demanda de insulinas no Sistema Único de Saúde (SUS), beneficiando cerca de 350 mil pessoas com diabetes. A iniciativa representa um investimento de R$ 142 milhões e prevê a entrega de 8,01 milhões de unidades até 2026.
Padilha ressaltou que a produção nacional de insulina traz segurança aos pacientes, garantindo que o país tenha autonomia na fabricação do medicamento, especialmente em momentos de crise, como a pandemia. Atualmente, cerca de 10% da população brasileira vive com diabetes, e a insulina é essencial para o tratamento adequado da doença.
A transferência de tecnologia será realizada em etapas, incluindo controle de qualidade e produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) no Brasil. Com isso, a Funed e a Biomm estarão capacitadas para abastecer o SUS de forma autônoma, assegurando a continuidade do tratamento para os pacientes diabéticos no país.